terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dinossauros: ectotérmicos ou endotérmicos? [Ciência]


Há muito tempo existe a hipótese de que os dinossauros seriam um grupo de animais ectotérmicos, ou seja, que são dependentes da temperatura do ambiente para manter seu metabolismo. Um dos pontos que corroboravam e davam suporte para essa hipótese era o fato de que os animais ectotérmicos atuais apresentam marcas concêntricas em seus ossos, assim como os dinossauros possuíram e é possível detectar pela análise dos fósseis.
Essas marcas indicam períodos de crescimento, onde há deposição de osso, e de interrupção deste, em que a deposição para. Este crescimento estaria liagdo à condição ambiental. Quando a temperatura do ambiente proporcionasse elevação da temperatura interna e consequentemente aumento do metabolismo ocorria crescimento e deposição óssea; quando o ambiente não fosse propício para o aumento do metabolismo então não haveria crescimento. Essas linhas concêntricas até então não foram encontradas em endotérmicos (mamíferos e aves), o que confirmava a hipótese de que como estes animais produzem sua própria energia metabólica a partir do alimento que consome, sendo relativamente independentes do ambiente que vivem, eles teriam crescimento contínuo, com deposição de osso contínua.
Assim, tinha-se dois cenários:
Endotérmicos – sem linhas ósseas concêntricas – crescimento contínuo
Ectotérmicos – com linhas ósseas concêntricas – crescimento em ciclos alternado
Porém, em um estudo publicado recentemente na Nature, o pesquisador Meike Köhler da Universidade Autônoma de Barcelona, Espanha e colaboradores, analisou várias amostras de lâminas ósseas de vários mamíferos ruminantes com o objetivo de entender a fisiologia dos dinossauros. Consideraram usar ruminantes, pois vivem em todos os ambientes da Terra (ao menos em diversas temperaturas), apresentam crescimento durante todas as estações do ano e apresentam tamanhos comparáveis aos dinossauros.
A ideia principal do estudo era avaliar se os ruminantes apresentavam crescimento contínuo ou não, através da análise de seus ossos.
O que os pesquisadores encontraram foi surpreendente. Os ruminantes apresentam as faixas concêntricas, mostrando que o ambiente, no que concerne à quantidade de alimento disponível para o animal, regula seu crescimento.
Assim:
Muito alimento disponível – crescimento contínuo
Pouco alimento disponível – alternância de crescimento
Esse seria um mecanismo de conservação de energia.
Desse modo crescimento em ciclos não é exclusivo de ectotérmicos.
Mas onde estaria a diferença entre endotérmicos e ectotérmicos em relação à taxa de crescimento? Haveria diferença?
Os cientistas encontraram que quando o ambiente oferece condições para que ocorra crescimento (altas temperaturas ou aumento do alimento disponível) a taxa de crescimento nos endotérmicos é cerca de 10 a 30 vezes maior que nos ectotérmicos!
É aí que está a diferença.
Enfim, permanece a dúvida: seriam os dinossauros ecto ou endotérmicos? Muitos pesquisadores preferem não opinar, definindo-os ou classificando-os em um grupo ou outro visto que podemos ver animais conteporâneos que apesar de ser ectotérmicos vivem em ambientes que deixam sua temperatura interna elevada e consequentemente o seu metabolismo, o contrário também é verdadeiro, são ectotérmicos que se comportam fisiologicamente como endotérmicos.
Assim os dinossauros por terem sido animais tão variados podem também apresentar diferentes estratégias fisiológicas.
Comentem e aguardem os próximos textos! Até!

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